A decoração de um espaço pode estar em pequenos detalhes ou então em ideias que geram efeitos grandiosos. Estas particularidades que compõem a estética de um ambiente passam pelas cores escolhidas para dar o tom desejado ao lugar. Se bem aplicadas, pinceladas coloridas podem sinalizar bom gosto e, de quebra, ainda se somar à composição do ambiente quase como uma peça de arte.  Vermelho, cinza, amarelo, verde, azul. São os efeitos das cores que se traduzem em novas possiblidades de arranjo à sua casa.

Na hora de escolher as cores do ambiente o primeiro passo é simples: acima de tudo, nuances e combinações que fazem bem aos olhos. Muito mais do que qualquer tendência, o apreço pelos tons é o principal pressuposto para eleger as cores da sua casa ou ambiente de trabalho, lugares que todo mundo passa a maior parte do dia, e que por isso, devem agradar.

É o que sugere a design de interiores Fátima Rego. Além disso, a profissional dá outras dicas: “Vários fatores devem ser levados em conta na hora de escolher as cores de um ambiente. Desde a incidência de luz no local ou parede que a pessoa pretende pintar e até mesmo a personalidade do morador, a função para qual o espaço foi criado e a idade dos habitantes. A região onde está localizado o imóvel e o tipo de material da casa também são determinantes para uma escolha certa”.

O auxílio de um profissional qualificado pode ajudar na tarefa de eleger os melhores tons

Sobre a incidência da luz no ambiente ou na parede, por exemplo, se a ideia é aproveitar a iluminação natural, o branco é a melhor opção. Lugares pouco iluminados, que precisam com mais frequência de luz artificial, ficam bem com as cores “quentes”. Deve ser levado em consideração também até mesmo o humor do morador ou dos frequentadores do local. Casas de praia, que recebem famílias grandes, funcionam com cores fortes e vibrantes para combinar com os ânimos exaltados. Um apartamento de um casal de idosos, devido ao ritmo de vida dos habitantes, requer cores mais sóbrias, que remetem a tranquilidade. Pisos de madeira corrida dão sensação de amplitude e por isso podem ser usados combinados com cores pesadas, que fazem um efeito contrário. Paredes de concreto ficam bem com cores quentes.

Entre tantos pontos a serem considerados, a conclusão é que quando o assunto são as cores, tudo é muito relativo. Daí a importância de um profissional qualificado para auxiliar nesta decisão. O que decoradores, arquitetos e designers já compreenderam, após estudos sobre a significação das cores, é que cada uma das tonalidades exerce poder diferente sobre o estado de espírito das pessoas. E não se trata de um arremate místico. Além de todos os fatores físicos do ambiente, há também outra questão a ser avaliada: cada cor se traduz em uma sensação.

O azul é uma cor associada à purificação e remete à água

Este estudo parte da associação psicológica e sensitiva que fazemos no ato que os nossos olhos se fixam em uma cor. O vermelho lembra sangue, fogo e paixão. Comprovadamente estimula reações mais imediatistas e simboliza o encontro entre as pessoas, por isso, é ideal para salas de jantar, por exemplo. Azul lembra água e é associado à purificação. Favorece a serenidade e tem efeito sedativo. Em tons leves, se torna perfeito para ambientes com crianças e lavabos. O verde representa esperança e abundância. Estimula momentos de paz e equilíbrio. Com tantos atributos já se sabe, é ideal para qualquer ambiente.

Da mesma forma que as cores podem propiciar boas sensações, mal usadas podem também causar desconforto. Por isso, a design Fátima alerta: “As cores transmitem muitas sensações e se usadas de forma incorreta podem se tornar cansativas ou até mesmo intoleráveis... Todos nós sabemos disso. Afinal, quem nunca se sentiu mal em um lugar por não gostar das cores que dão banho nas paredes ou algo assim?”, diz a designer.

Cores e mais cores. E como fica o tradicional branco em meio a tanta irradiação colorida? “Foi-se o tempo que se jogava somente branco nas paredes dos espaços”, observa Fátima. Porém, o problema mesmo está no excesso. Um ambiente todo branco causa sensação de cansaço, mas a cor “marginalizada” pela decoração moderna tem seu valor. “Podemos sim escolher o branco se queremos dar ao ambiente a ideia de assepsia ou então um tom de ultramoderno e frio”, dá a dica.

O importante é equilibrar as cores para garantir um ambiente de bom gosto e requinte.

A busca pelo equilíbrio nas cores é fundamental para garantir um ambiente que exale bom gosto e, de fato, boas energias. Porém, para Fátima Rego, na hora de escolher só o faça se tiver certeza. “É importante ter um profissional de competência e que você tenha as suas vontades bem esclarecidas. Com medo e de errar e na dúvida a melhor coisa é não arriscar”, opina.
 
Dicas

Mesmo sendo uma escolha tão relativa, existem algumas dicas que podem ser úteis:

- Aplicação de cores pede equilíbrio. Se pintar uma parede de vermelho, por exemplo, indica-se que pinte as demais de branco;
- Composições de tons de uma só cor normalmente dão certo, mesclando os mais claros com os mais escuros;
- Escolha um tom suave para servir de base e outro mais vibrante para a parede. Importante combinar com a cor dos móveis e da cortina;
- Ambientes pequenos pedem que as cores fiquem afastadas. O branco é ideal para separar tonalidades;
- Definição espacial pode ser obtida com o piso mais escuro que as paredes, que devem ser mais escuras que o teto.

O significado das cores

Lilás: Associado à intuição e espiritualidade. Tem influência direta no humor;
Laranja: Tem forte poder de atração. Estimula otimismo e generosidade;
Amarelo: Ativa o intelecto, a comunicação e a disciplina. É associado à boa sorte;
Preto: Associado ao vício. Remete a introspecção e deixa o ambiente mais fechado;
Vermelho: Lembra paixão e vida. Estimula a proximidade entre as pessoas;
Verde: Faz referência à esperança e abundância. Causa sensação de conforto;
Azul: Remete a pureza da água. Traz serenidade;
Branco: Lembra paz e causa sensação de limpeza e de ampliação do espaço.