Crítica: Pânico VI

Novo filme é ótima adição à franquia

14/03/2023 18:17 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Divulgação
Crítica: Pânico VI

26 anos após o lançamento do original, de 1996, os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Casamento Sangrento) receberam a missão de ressuscitar uma das franquias mais amadas do cinema: Pânico. Este era um trabalho que exigia a paixão de seu criador, Wes Craven, mas que também pedia a expertise e a sagacidade de ser uma obra de acordo com seu tempo, tecendo comentários sobre a cultura pop contemporânea de maneira ácida e bem humorada.


Um desafio e tanto, a tentativa dos diretores parece ter dado certo em Pânico (2022). Os chamados personagens-legado, Sidney Prescott (a eterna final girl) e Gale Weathers, vividos por Neve Campbell e Courteney Cox, agora passam a tocha para as novatas Melissa Barrera e Jenna Ortega, as irmãs Carpenter.


As personagens de Melissa Barrera e Jenna Ortega, o futuro da saga. (Paramount Pictures/Reprodução)

Quem já assistiu os filmes da franquia, sabe que eles costumam seguir determinadas regras à risca. Por isso, quando foi anunciado que em Pânico VI os diretores levariam o assassino Ghostface até Nova York, muita gente torceu o nariz. Peraí, o que está acontecendo?


No novo filme, as irmãs Samantha e Tara Carpenter partem rumo à Big Apple para esquecer o massacre vivido em Woodsboro. Tara, assim como Sidney em Pânico 2 (1997), é agora uma universitária experimentando um mundo novo. Já Samantha, ainda se recupera do trauma vivido. O que elas não esperavam era o reinício do pesadelo mascarado, agora em um cenário repleto de desconhecidos.


Novo filme traz baile de referências à sequência do original. (Paramount Pictures/Divulgação)

É preciso entender que respeitar regras não significa deixar de subverter a fórmula. Muito pelo contrário, Pânico VI vira a mesa trazendo para seu enredo o cenário intimidante das ruas da capital novaiorquina. Sai a cidade pacata, e entram em cena os becos, vielas e metrôs lotados com um assassino muito mais brutal do que os anteriores. Não somente mais brutal, como mais rápido, com cenas de perseguição frenéticas em pleno caos urbano.


Interessante também é notar a produção afiada (com perdão do trocadilho), com um roteiro que está de olho em todas as teorias dos fãs na internet. Aliás, este filme é um presente para os amantes da franquia: todos os eventos anteriores da franquia são citados. Em especial, há um aceno à Pânico 4 (2011), trazendo de volta a cinéfila Kirby Reed (Hayden Panettiere), agora como uma agente do FBI.


Kirby Reed faz retorno triunfal à franquia após ter sobrevivido em Pânico 4. (Paramount Pictures/Reprodução)

Aliás, o grande trunfo da franquia está em privilegiar o seu passado, tornando cada elemento como algo único dentro do universo criado por Craven. O legado e a tradição fazem uma excelente transição ao novo horror e a metalinguagem está mais forte do que nunca. O roteiro dá até mesmo uma alfinetada no gênero true crime, que domina plataformas como a Netflix


Claro que a ausência de Neve Campbell é um dos pontos que mais trazem a sensação de falta ao conjunto da obra. A atriz, que decidiu não participar pela primeira vez da franquia por questões salariais, tem sua personagem apenas mencionada e que segundo Gale Weathers, merece descansar.


Gale Weathers também tem cena eletrizante no longa. (Paramount Pictures/Reprodução)

Bem, ao contrário de Sidney, a franquia segue com vigor e força para mais filmes, já que pelo visto, ela segue em ótimas mãos. A possível sequência, Pânico VII é quase certa, e agora é esperar o que os diretores e roteiristas reservam ao público.


Consideração final: Ótimo (★★★★)

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