De acordo com pesquisas, uma rua arborizada pode ter até 2,5 graus centígrados a menos de temperatura que uma rua do mesmo bairro, sem árvores. Em termos práticos, significa que a presença de três árvores frondosas pode reduzir em até 50% o consumo de energia com ar condicionado no edifício sombreado por elas. No entanto, apesar das vantagens indiscutíveis, a presença de árvores nas zonas urbanas pode gerar preocupações, especialmente em época de chuvas intensas, uma vez que a queda de uma árvore de grande porte torna-se um risco iminente.
Para evitar esse tipo de acidente, a paisagista Erly Hooper ensina a identificar árvores que podem cair a qualquer momento. “Existem casos em que o caule da árvore tem uma broca e já está perdendo folhas. Isso significa que o caule está podre e aquela árvore merece uma atenção especial”, explica.
A paisagista alerta, porém, que existem outros fatores que podem derrubar uma árvore, além do seu apodrecimento. “Muitas árvores aparentemente saudáveis caem. Isso se deve muitas vezes ao corte imprudente da raiz. Além disso, se a chuva for de vento muito forte, a árvore, mesmo saudável, pode tombar”, observa Erly evidenciando que é preciso agir preventivamente. “Antigamente se plantavam árvores aleatoriamente. Hoje, a prefeitura e a CEMIG (Companhia de Energia de Minas Gerais) orientam o que você pode ou não plantar num passeio. Se for embaixo de fiação, por exemplo, só se for de pequeno porte”.
A paisagista diz que as árvores mais indicadas para os espaços urbanos são Quaresmeira, Ipê Tabaco, Escumilha e Murta, que dão sombra, mas não prejudicam o passeio, como acontecem com algumas árvores maiores que, podem até não cair, mas destroem as calçadas devido a protuberância das raízes. Essa situação é mais comum entre as árvores mais antigas, plantadas sem o cuidado que existe hoje. Para esses casos, Erly não aconselha o corte da árvore. “Entre um passeio bem cuidado e uma sombra gostosa de uma árvore, eu fico com a segunda opção. A contribuição da árvore para o frescor da cidade vale esse sacrifício. Além disso, vale ressaltar que quem destrói ou danifica uma árvore comete crime ambiental”, finaliza.
