Crítica: O Menu

Longa estrelado por Anya Taylor-Joy já está disponível

20/01/2023 11:37 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Divulgação
Crítica: O Menu

Para uma receita de bolo, você precisa de ovos, farinha, trigo e… Um dedo cortado ao meio? Assim como esta receita, há alguma coisa errada também em O Menu, novo filme que está disponível no Star+. O thriller psicológico narra a visita de um casal, Tyler (Nicholas Hoult) e Margot (Anya Taylor-Joy), a um restaurante exclusivo em uma ilha particular, liderado pelo renomado chef Julian Slowik (Ralph Fiennes). 


Anya Taylor-Joy e Nicholas Hoult em cena do filme. (Searchlight Pictures/Star+)

São poucos os filmes que passam desde o início a sensação de que alguma coisa estranha está acontecendo. E O Menu consegue fazer isso com maestria, trazendo personagens com relações tão estranhas e desconfortáveis quanto a do casal que protagoniza o filme. Para começar, a personagem da brilhante Anya Taylor-Joy, Margot, não deveria estar ali. Tyler a levou como substituta em uma lista de convidados escolhidos a dedo.


Chef excêntrico é interpretado por Ralph Fiennes (Searchlight Pictures/Star+)

Empresários, críticos da alta gastronomia e investidores compõem os personagens da trama, que gira em torno do esquisito Slowik. Em um determinado momento do filme, Margot questiona Tyler o porquê dele ser tão aficionado pela excêntrica figura. O personagem, emocionado, explica a sua acompanhante que os chefs transformam a matéria bruta da vida em comida, explorando o limiar entre a vida e a morte. O Menu explora esses extremos, com um enredo à mercê da loucura e a crescente sensação de perigo a cada prato servido. Aqui, tudo é levado a ferro e fogo.


Por falar em pratos, um recurso muito interessante do longa é dividir os atos por meio de cada refeição servida, dando um show na fotografia. Com humor sórdido, é nítida a inspiração dos roteiristas Seth Reiss e Will Tracy no contexto atual, que se dá na crítica aos bilionários fúteis e na crescente divisão de classes, explorada em filmes como Parasita (2019), que é vencedor do Oscar, o recente Triângulo da Tristeza (2022) e o hit da HBO, The White Lotus. 


Fome de poder e disputa de classes já é tema explorado na ficção. Imagem de Parasita. (CJ Entertainment/Divulgação)

A sátira e a comédia afiada fazem do filme uma ótima pedida para os que adoram um prato cheio de suspense. Com excelentes atuações, vale a indigesta recomendação para um fim de noite.


Avaliação: ★★★★

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