Moda e cinema: um casamento perfeito

Neste especial, saiba como esses universos se interligam

18/02/2025, 11:56 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Divulgação
Moda e cinema: um casamento perfeito

A relação entre moda e cinema pode até parecer estranha para alguns, mas ela é mais longa do que se imagina. Desde o surgimento da sétima arte, estilistas e outros designers de moda perceberam a capacidade que os filmes tinham de levar a moda e o estilo até os mais diversos públicos e mais: revolucionar a maneira como certos grupos são enxergados e até influenciar a maneira como se vestem! Neste especial Qu4tro Telas e Estilo, a LiV te conta a união que como uma história de amor: o casamento entre moda e cinema.

Os primeiros anos: Chanel, Edith Head e outras estilistas

Pioneira, a estilista Coco Chanel foi uma das primeiras a se envolver com a sétima arte. Na década de 30, ela desenhou figurinos para filmes como Esta Noite ou Nunca (1931) e Cortesãs Modernas (1932). Seus looks contrastavam com os trajes considerados exagerados na época e ajudaram a refinar a imagem da mulher no cinema. Apesar de seu talento, Chanel teve uma relação conturbada com Hollywood, pois achava que a indústria não valorizava a sofisticação europeia.

Aliás, saiba que Chanel também possuía uma rival ao seu nível: a estilista Elsa Schiaparelli. A artista, ao popularizar o tom rosa-choque, ganhou as telas ao chegar no filme Moulin Rouge (1952), vestido pela atriz Zsa Zsa Gabor.

Zsa Zsa Gabor em Moulin Rouge

Agora, se Coco Chanel e  Elsa Schiaparelli abriram precedentes, Edith Head consagrou a união entre mundos. Embora não fosse estilista de alta costura, ela influenciou o diálogo entre moda e cinema. Com oito Oscars de Melhor Figurino, Edith vestiu estrelas como Audrey Hepburn (Bonequinha de Luxo, 1961), Grace Kelly (Janela Indiscreta, 1954) e Elizabeth Taylor (Um Lugar ao Sol, 1951).


Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo

Eles na cena: Yves Saint Laurent e a década de 80 com Giorgio Armani


Nos anos 1960, Yves Saint Laurent se tornou um dos grandes nomes da moda a colaborar com o cinema. Ele criou figurinos para Catherine Deneuve em A Bela da Tarde (1967), de Luis Buñuel, ajudando a construir a icônica imagem da personagem com seus tailleurs elegantes e vestidos minimalistas. Saint Laurent também vestiu estrelas em filmes como A Chamada do Amor (1968), A Sereia do Mississipi (1969) e A Cadela (1972).


Já Giorgio Armani ajudou a redefinir a alfaiataria masculina com seu trabalho em Gigolô Americano (1980) e Os Intocáveis (1987), consolidando a imagem do terno de corte impecável como símbolo de sofisticação.




Prada, Dior e o Cinema Contemporâneo

É impossível falar da intersecção entre moda e cinema sem citar o clássico O Diabo Veste Prada (2006). A personagem Miranda Priestly (Meryl Streep), inspirada na editora da Vogue, Anna Wintour, tem um estilo refinado que inclui casacos de pele, ternos bem cortados e vestidos estruturados, sempre acompanhados de acessórios de luxo, como bolsas Hermès. 



O impacto foi tão grande que marcas como Prada e Chanel viram um aumento no interesse por suas coleções, além de ajudar a desmistificar o universo editorial da moda. Mesmo quase 20 anos após seu lançamento, O Diabo Veste Prada segue como um marco cultural, lembrado tanto por suas atuações quanto pela forma como elevou o figurino a um elemento essencial da narrativa cinematográfica.


Estas grifes continuam a impactar o cinema. A Prada criou figurinos para O Grande Gatsby (2013), enquanto Raf Simons, à frente da Dior, contribuiu para o figurino de Suspiria (2018).


O diretor Tom Ford é um caso peculiar. O ex-diretor criativo da Gucci e da Yves Saint Laurent se tornou um cineasta renomado, levando sua refinada estética para filmes como Animais Noturnos (2016), thriller estrelado por Amy Adams e Jake Gyllenhaal.


Aliás, por falar em Saint Laurent, a marca Saint Laurent Productions, divisão cinematográfica da grife, é um dos exemplos mais marcantes dessa relação proveitosa entre cinema e moda. Com o controverso Emilia Perez (2024), a empresa se lançou como parte de um movimento onde marcas de luxo investem diretamente na sétima arte.


Outro exemplo recente é o curta A Family Thread (2023), dirigido por Boramy Viguier, que leva o ator John Turturro a uma viagem introspectiva pelo legado da grife italiana Zegna. A obra não só explora a tradição da alfaiataria e sua evolução ao longo das gerações, mas também reforça como a moda pode ser contada por meio da imagem e do simbolismo do cinema.

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