Sim em qualquer lugar

Para os pombinhos aventureiros, nada melhor do que unir romantismo ao passatempo preferido: viajar.

02/12/2010 18:37 / Por: Dayse Freitas/ Fotos Márcia Rath
Sim em qualquer lugar

Com os relacionamentos modernos neste século XXI, é cada vez mais difícil encontrar casais que ainda planejem aquela cerimônia tradicional, de preferência na paróquia do bairro, no momento de oficializar os laços e unir as escovas de dente. Hoje em dia, a festa para mil convidados e um orçamento que pagaria parte do apartamento dos sonhos deu lugar às cerimônias intimistas com a presença, no máximo, das pessoas mais importantes para o casal. Além disso, não é de hoje que a simplicidade dessa opção tornou-se algo elegante e passou a atrair até mesmo os pares que querem distância daquelas reuniões, que, apesar de caras, nunca satisfaziam os curiosos de plantão.

Com as novas tendências no mundo dos apaixonados, surgem a cada dia formas diferentes de selar o amor sem que para isso o casal comece a vida a dois com dívidas exorbitantes.Uma ideia que vem conquistando os noivos mais aventureiros e dispostos a inovar na hora do casamento é a realização de cerimônias pequenas no exterior que misturam romantismo ao espírito aventureiro do casal. E quando o assunto é inovar, vale a pena escolher um lugar especial e simbólico para os dois, mesmo que para isso seja preciso cruzar fronteiras geográficas e viver um conto de fadas antes mesmo de começar a lua de mel.

 

Renata e Rodrigo: "sim" de um jeito diferente

 

Os casamentos fora do Brasil ganham cada dia mais adeptos e o mais interessante: não é preciso ser uma celebridade para se dar ao luxo de dizer “sim” no lugar dos sonhos. Com algumas economias e muito planejamento é possível realizar um enlace inesquecível, principalmente depois que os preços de passagens aéreas para fora do país ficaram mais acessíveis.

A decisão de oficializar a união fora da cidade de origem ganhou espaço principalmente entre os casais que já experimentaram outras viagens além-mar durante o namoro. No entanto, isso não significa que, para viver um conto de fadas como esse, seja necessário ter percorrido meio mundo com uma mochila nas costas. Entre os motivos que têm provocado esse tipo de escolha está a praticidade de unir um acontecimento íntimo de família a uma viagem especial, além de fugir da árdua tarefa de organizar festas gigantes - e não correr o risco de esquecer o convite daquele velho amigo de escola.

A escolha do lugar pode ser simplesmente baseada em um antigo sonho de viagem, mas também pode remontar às origens da família e assim ocasionar grandes reencontros entre os mais velhos. Esse foi o critério utilizado pelo casal Renata Rath e Rodrigo Costa, nascidos em Belém do Pará. A psicóloga e o programador de computadores, apesar de já viverem há dois anos na Alemanha, pensavam em oficializar a união na terra natal, de preferência com muitos parentes e amigos. Entre a ideia de uma cerimônia tradicional na capital paraense ou a recepção mais alternativa no litoral do estado, a segunda era a mais provável. Porém, mesmo um casamento romântico na praia com uma festa para rever os amigos exigiria tempo para organização e um orçamento que poderia ser facilmente poupado. “Quando começamos a fazer o orçamento para uma cerimônia na praia, ficamos assustados com os valores, pois nós desejávamos algo intimista, mas temos muitos amigos e não queríamos deixar ninguém de fora. Passamos a refletir se aquele gasto era realmente necessário. Conversamos com nossos pais e eles sugeriram que realizássemos a cerimônia em Portugal”, conta Renata.

Para a psicóloga, escolher a terra de onde veio a família do marido para realizar o casamento foi a forma encontrada para realizar uma cerimônia inesquecível sem precisar exagerar nos gastos financeiros. “É claro que pensamos nos amigos do Brasil, mas sabíamos que essa seria a melhor forma de fazer o casamento dos sonhos sem fazer dívidas”, ressalta.

O casório foi realizado em setembro deste ano, no pequeno e charmoso povoado do Mosteiro, na região do Minho. Em um dia típico do verão português, o casal aproveitou para oficializar a união na mesma igreja em que vários familiares de Rodrigo haviam sido batizados.

Os noivos contaram com a presença apenas dos pais e parentes mais próximos, que aproveitaram a ocasião especial para fazer uma agradável viagem de férias. Apesar dos preparativos com as reservas de pousadas, igreja, recepção, coral, fotógrafo e outros detalhes, eles afirmam que os custos e as tarefas foram muito menores do que uma festa no Brasil geraria. “O mais importante é observar as tradições culturais do país. Com algumas pesquisas, descobrimos, por exemplo, pequenas regras de etiqueta que geralmente não existem na nossa terra”, destacam.

 

A cerimônia contou com a presença de familiares e amigos no povoado de Mosteiro, em Portugal

 

Cuidados

Para quem pensa que a burocracia pode barrar os planos de casar fora do Brasil, os recém-casados relatam que o importante é saber as regras muito antes de embarcar para o destino escolhido. Se a ideia é realizar uma celebração ecumênica ou seguir as tradições culturais do lugar, os noivos não precisam gastar muito tempo com detalhes prévios, mas se a cerimônia for católica, por exemplo, vale a pena procurar a paróquia da cidade natal e solicitar o atestado que comprova o estado civil dos dois.

Para o casamento civil, é recomendável, antes de tudo, entrar em contato com o consulado brasileiro da cidade escolhida. Normalmente, ao realizarem a união civil fora do Brasil, os noivos precisam fazer a “consularização” da certidão de casamento estrangeira no órgão brasileiro, ou seja, receber um carimbo que prove a validade do documento. O serviço custa US$ 20 em qualquer país.

Ao retornar ao Brasil, o casal tem seis meses para fazer a tradução juramentada dos documentos, inclusive os de regime de bens, se for o caso. Além das certidões estrangeiras, é necessário levar ao cartório uma segunda via da certidão de nascimento, que deve ter sido feita até seis meses antes. Divorciados devem levar a certidão do antigo casamento com a averbação do divórcio.

Diante das tarefas para realizar a união civil no exterior, existe também a possibilidade de promover apenas a cerimônia religiosa fora do país, o que para muitos casais é a parte mais importante e simbólica do investimento. O casamento no exterior também pode trazer vantagens na hora de programar a lua de mel, pois o fato de estar fora do Brasil traz a praticidade e economia na hora da escolha do destino. “Depois do casamento aproveitamos para ficar com nossas famílias, já que a ideia de Portugal nos proporcionou um momento único. Em seguida, fomos desfrutar algumas praias desertas e paradisíacas da Espanha, o que certamente seria mais caro se o investimento tivesse sido no Brasil. Para quem tiver a oportunidade de decidir, nós recomendamos”, finaliza o casal.

 

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Registro de casamento realizado no exterior

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