“O crochê mudou a minha vida. Não tenho palavras para descrever quem eu era antes e quem eu sou hoje”. É com tanta convicção que a empresária Paula Brasil Rocha descreve o seu negócio que é impossível não acreditar em suas palavras. A proprietária do Arte & Costura, localizado na Av. Generalíssimo Deodoro, mantém no espaço, além de materiais de artesanato, um atelier para a produção de novas peças de crochê. O Portal LiV conversou com a profissional para conhecer um pouco mais desse mundo, que inspirou não somente Paula, mas outras adeptas de um movimento que não para de crescer.
Paula, que era vendedora de automóveis, sempre gostou de desafios e quis ir além ao implementar o próprio negócio. O mundo do crochê era, até então, algo desconhecido para ela e empreender no meio foi uma aposta. No começo, Paula afirma que não lidava com o artesanato, mas que sentiu a necessidade de aprender para conhecer as necessidades dos clientes. Nascia então uma paixão que já completa mais de dez anos de trajetória e rende muitos frutos até hoje.
Paula Brasil Rocha explica que o mundo do crochê se revolucionou com o chamado fio de malha, geralmente feito de poliéster e possui elasticidade, que traz uma nova roupagem para as peças. A possibilidade atraiu o público, recebido de braços abertos no atelier. Mesmo iniciantes que nunca manusearam uma agulha podem aprender novas técnicas, utilizando modernas peças de madeira.
Se engana quem pensa que o crochê é aquele costume deixado para as avós, com as conhecidas peças de tricô. Para a também artesã, a prática nunca saiu de moda e é universal, e agora possui uma pegada moderna, conquistando novos gostos e públicos, ajudando até mesmo na autoestima. “Tem essa questão terapêutica, de querer fazer alguma coisa você para você mesmo, o que é incrível”, conta.
Sem abrir mão da tradição, o crochê também está em expansão com novas formas. Paula pontua algumas técnicas que estão em alta, como o amigurumi, que permite a criação de bonecos de crochê, e o macramê, arte que abre mão das agulhas comuns e utiliza nós para construção das peças.
Para a empresária, a arte do crochê une mais do que fios, conecta pessoas e histórias de superação. Ela divide relatos sobre pessoas que se encontravam deprimidas, isoladas e, graças à costura, conseguiram se recuperar e mais do que isso, se reencontrar. “Aqui é um espaço para fazer trocas, conhecer gente e claro, fazer crochê”, garante.
Com tanta coisa boa que o crochê traz, não é de se surpreender que ele inspire e ganhe um novo sentido para algumas pessoas. É o caso de Marcela Telles, empresária que ressignificou a técnica durante a pandemia e implementou o próprio negócio em casa, com a produção de bolsas e outras peças. Diferente de Paula, Marcela já estava familiarizada com o crochê e se recorda da infância, quando foi ensinada a tecer com a mãe. O aprendizado viria a ficar de lado na vida adulta até o isolamento, quando Marcela foi inspirada através de uma amiga, e se viu reaprendendo a arte com aulas online. Seguindo as indicações da própria Paula, Marcela conheceu as técnicas com o fio de malha, moldando o que hoje se tornou a marca “Ela Crocheta”.
Ao redescobrir o talento, Marcela passou a investir na “Ela Crocheta”, e divulgando o material no Instagram, naturalmente alcançou um público que hoje demanda suas produções. “Hoje em dia, gente do Brasil inteiro me pede os produtos. Já recebi feedback de outras cidades, do Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí… Para mim, isso é muito gratificante e vejo que realmente está valendo a pena”.
Para o futuro, a artesã pretende atingir mais pessoas através de um curso online. Ela vê as aulas como uma grande maneira de ajudar quem está começando, desde o passo a passo inicial até a produção de bolsas, por exemplo.
No crochê, não falta espaço para a criatividade e exemplos que demonstram as possibilidades que a arte permite. O importante é se permitir e se deixar levar por novas ideias e formas de produzir.
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