Chocólatras, com ou sem ovo de páscoa

Aficionados por chocolate não abrem mão de consumir o doce independente da época.

27/03/2013 17:57 / Por: Bruna Valle
Chocólatras, com ou sem ovo de páscoa

Com a chegada da Páscoa, a procura por chocolate aumenta exponencialmente. Afinal, a guloseima está culturalmente atrelada à data e faz parte da festividade cristã. Sua origem tem relação com o fato de o ovo ser considerado um ícone que remete ao (re)nascimento, e o agrado pascoal - tal qual conhecemos - veio da França: os pâtissiers franceses recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e pintavam seu exterior. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate - a coqueluche da comemoração, principalmente entre as crianças.

Algumas pessoas, porém, não esperam o período da Páscoa para comer chocolate. Ao contrário: passam o ano inteiro consumindo a iguaria, habitualmente. Pessoas cujos bolsos sofrem um pouco mais nesse período de valorização econômica do doce. São os carinhosamente chamados “chocólatras”.

Para essas pessoas, comer chocolate não é algo a se fazer de vez em quando, mas uma necessidade. Um item da rotina. Mesmo com a alta no preço do ovo de chocolate, protagonista desta época - que segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) aumentou em 6,42%  este ano -, os amantes do doce não se deixam intimidar. Ou pesquisam os melhores preços, ou procuram outras alternativas.

Para Camilla Moraes, estudante de Psicologia, chocolate no cotidiano é insubstituível: faz parte do dia a dia. “Como chocolate quando estou feliz, triste, ansiosa, desanimada, em dias normais, mesmo longe da páscoa”, enumera. Segundo ela, o aumento é um pouco incômodo, e ela procura sempre as melhores ofertas, para que o “hábito” não pese tanto no bolso.

Já Flávia Furtado, estudante de jornalismo, acha essencial ter um bombom de chocolate para comer depois do almoço, diariamente - embora não dê atenção para ovos de chocolate. “Eu nunca gostei de ovo da páscoa, eles fazem a gente comer tudo muito rápido. Prefiro as caixas de bombom porque assim dá para se controlar mais. É só não abusar, mas não pode faltar!”, disse.

Seja como for, é inegável que o chocolate faz parte da cultura do brasileiro. Sexto maior produtor de cacau do mundo e quarto maior produtor de chocolate, o Brasil também o país com maior taxa de incremento no consumo de chocolate no mundo: atualmente, se consome 1,88 kg do produto por habitante no ano - consumo que segue crescendo a 11% por ano desde 2002. Além do aspecto econômico e do prazer de consumi-lo, o doce também oferece uma série de benefícios à saúde. A descoberta mais recente foi obtida por pesquisadores da Universidade de Georgetown, em 2008. Eles encontraram propriedades nas moléculas de chocolate capazes de prevenir o câncer de intestino. Também há registro de benefícios para a beleza, coração, saúde cerebral, cansaço físico, gravidez e bem estar.

Vale lembrar, porém, que os benefícios do chocolate advêm de um consumo moderado. Não exagerar é essencial - não só para o bem-estar, mas também para o orçamento.

 

Imagem: divulgação/internet

Mais matérias Especial

publicidade