Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, desenvolveram um inovador "cartão de memória" de sílica, um material encontrado em rochas e areia, que pode marcar um novo capítulo na história da evolução humana. Este cristal de cinco dimensões (5D) é capaz de armazenar a sequência completa do genoma humano moderno em sua estrutura, representando um avanço significativo em tecnologia de armazenamento.
Os dados gravados nesse cristal podem ser lidos através de um microscópio óptico com polarizador e, teoricamente, podem permanecer intactos por bilhões de anos, superando a durabilidade de qualquer outro método de armazenamento compacto já criado.
Como funciona o Cristal de Memória 5D?
Embora a tecnologia não seja inteiramente nova, ela foi aprimorada em 2011 com o uso de pulsos de femtossegundos de laser. Este processo cria pequenos vazios em um material vítreo feito de dióxido de silício (sílica). A disposição tridimensional desses vazios, juntamente com seu tamanho e orientação, permite o armazenamento de dados em cinco dimensões. Com estruturas tão diminutas quanto 20 nanômetros de diâmetro, esses cristais podem conter centenas de terabytes de informações.
Atualmente, o cristal de memória está armazenado no arquivo da Memória da Humanidade, na Áustria, junto com uma coleção de inscrições antigas, destinado à consulta por gerações futuras.
Peter Kazansky, líder da pesquisa e físico da Universidade de Southampton, sugere que, em caso de um evento de extinção em massa, esse registro poderia ser utilizado por uma inteligência avançada para reviver o Homo sapiens. “O material genético pode ser sintetizado e introduzido em uma célula existente para criar um organismo vivo em laboratório”, explica Kazansky.
Contudo, a possibilidade de manipulação desse repositório de genes por futuras civilizações levanta questões éticas e científicas. Kazansky adverte que “o cristal de memória 5D oferece uma plataforma para pesquisadores construírem um repositório duradouro de informações genômicas, possibilitando a restauração de organismos complexos, como plantas e animais, caso a ciência permita no futuro.”
Com informações de: Olhar Digital