Festival Amazônia Mapping transforma Belém com arte e tecnologia

Evento reúne projeção mapeada, arte indígena e música da Pan-Amazônia.

28/10/2024 17:11 / Por: Raissa Ferreira / Foto: Divulgação
Festival Amazônia Mapping transforma Belém com arte e tecnologia

O Festival Amazônia Mapping 2024 chega ao centro histórico de Belém com uma programação que une arte, tecnologia e diversidade cultural amazônica. Para celebrar seus 11 anos, o evento traz uma edição expandida e inédita, com atrações de vários países da Pan-Amazônia e feats exclusivos, ocupando o Museu do Estado do Pará nos dias 1 e 2 de novembro, a partir das 19h, com entrada gratuita.

Reconhecido internacionalmente como referência em projeção mapeada, o Amazônia Mapping conecta a pluralidade das Amazônias espalhadas por nove países da América Latina. A curadoria especial deste ano abre espaço para um intercâmbio cultural e artístico sem precedentes, revelando uma Amazônia rica em inovação e marcada pela convergência entre tradições e linguagens contemporâneas.

Atrações e Inéditos Internacionais

O line-up traz, pela primeira vez ao Pará, o Ciclope Studio, coletivo boliviano de artes visuais que explora a arte e a tecnologia como formas de resistência ambiental. Liderado por Alejandro Monrroy, o estúdio utiliza recursos audiovisuais para interpretar a riqueza arqueológica e cultural da Amazônia boliviana, com projeções que refletem a história e os desafios de seus povos originários.

O evento também conta com a presença da cantora e artista visual Luiza Lian, cuja apresentação premiada pelo APCA como o “Melhor Show de 2023” integra misticismo, política e visuais exuberantes. Ao lado de Lian, a artista Bianca Turner cria projeções que exploram a relação entre tempo, espaço e corpo.

Colaborações de Raízes Amazônicas

O Amazônia Mapping destaca feats entre artistas regionais e nacionais, promovendo encontros que sintetizam a diversidade amazônica. Um dos destaques é o encontro entre o grupo Tambores do Pacoval, do carimbó de Soure, e a Mestra Bigica, representando as tradições de Marapanim. O show ainda conta com projeções das obras do ceramista Ronaldo Guedes, cujo trabalho se inspira na cultura ribeirinha do Marajó.

Outro momento marcante será a parceria entre a ativista e cantora indígena Djuena Tikuna, do Amazonas, e Aíla, cantora e compositora de Belém. Ambas promovem uma performance que mescla o português e o Tikuna, língua originária, com visuais assinados por Roberta Carvalho. Essa apresentação busca reforçar a ideia de pertencimento e conexão com o meio ambiente, em uma reflexão sobre a universalidade das culturas amazônicas.

Expansão e Inovação em Projeção Mapeada

Ao longo de uma década, o festival tem explorado as potencialidades do videomapping e de novas mídias para expressar a Amazônia contemporânea, distanciando-se dos clichês e oferecendo um retrato mais complexo e autêntico da região. Para Roberta Carvalho, idealizadora do evento, o Amazônia Mapping atua como uma plataforma para os próprios amazônidas contarem suas histórias através de linguagens inovadoras, colocando a tecnologia a serviço da arte e das realidades locais. “O festival permite uma Amazônia contada pelos próprios amazônidas, quebrando estereótipos e mostrando um território dinâmico, de cultura pulsante e diversas perspectivas”, destaca Carvalho.

Espaços Reocupados e Intervenções Artísticas

Neste ano, o festival propõe uma ocupação integral dos espaços do Museu do Estado do Pará, indo além do palco principal. Pela primeira vez, a programação inclui intervenções artísticas na fachada do museu, no jardim interno e na Capela do MEP, ampliando o alcance da experiência imersiva. Segundo a curadora Aíla, essa expansão reforça o objetivo original do Amazônia Mapping de reocupar o centro histórico de Belém com arte gratuita e acessível. “Desde 2013, o festival tem essa vocação de transformar o espaço urbano, oferecendo ao público uma experiência inovadora e inclusiva”, afirma.

Parcerias e Financiamento

O Festival Amazônia Mapping 2024 conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei de Incentivo à Cultura, e apoio de diversas entidades culturais, como o Sistema Integrado de Museus e a Fundação Cultural de Belém. Com produção da 11:11 ARTE e realização do Ministério da Cultura e Governo Federal, o evento mantém seu compromisso de democratizar o acesso à arte e valorizar as vozes amazônicas na cena das artes digitais.

Programação

1 de Novembro:

Palco Principal: Luiza Lian + Bianca Turner

Palco Principal: Tambores do Pacoval convida Mestra Bigica + Ronaldo Guedes

Palco Jardim MEP: DJ Pedrita 

Palco Jardim MEP: Will Love 

2 de Novembro:

Palco Principal: Djuena Tikuna convida Aíla + Roberta Carvalho

Palco Principal: DJ Méury + PV Dias

Palco Jardim MEP: Maderito

Palco Jardim MEP: Nat Esquema

Com colaboração de: Assessoria de Impresa - Gil Sóter


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