Esperadas com ansiedade todos os anos, as férias escolares no mês de julho deslocam a maioria dos moradores da cidade para as praias – que ficam afastadas da capital –, piscinas, balneários, e até mesmo para outros estados. As estradas ficam lotadas e as praias tornam-se um verdadeiro turbilhão de pessoas procurando um momento de diversão, de sossego, de escape da vida cotidiana.
Mas, diferentes dos que procuram um lugar privilegiado ao sol durante este mês de descanso, existem aqueles que não trocam a cidade por nada - principalmente quando ela fica, digamos, “vazia”. Para eles, a paz invade os ambientes que durante o ano inteiro estão imersos em caos, barulho, engarrafamento e outras questões típicas do cotidiano da metrópole. Uma aura tranquila e convidativa sugere que os que persistem nos centros urbanos os aproveitem das mais variadas formas. O site da Revista Leal Moreira conversou com alguns dos belenenses que preferem “viajar” pela cidade ao invés de pegar a estrada.
Isabela Ramos é uma dessas pessoas. A analista de marketing não abre mão de viajar, mas somente fora da temporada de férias. Ela trabalha durante o mês de julho, e por isso sobrariam somente os fins de semana para sair da cidade - o que ela considera um risco muito alto a se correr. “Eu amo viajar, só não gosto de viajar durante o veraneio. É sempre um sufoco chegar até as praias, e para quem trabalha durante a semana e só pode viajar no final de semana fica mais complicado ainda. O trânsito fica uma loucura, tudo lotado, caro. Fico refletindo se os momentos serão realmente prazerosos e tranquilos ou não”.
Por esses motivos, Isabela prefere investir o tempo livre em filmes, um momento de diversão com os amigos - ou até mesmo uma fugida da rotina para tomar um sorvete ou curtir um “happy hour” ao pôr do sol na cidade. “Vejo a grade de filmes no cinema ou outras programações culturais. Se não tiver nada que interesse, é comum reunir alguns amigos em casa pra assistir filmes que alugamos ou até mesmo jogar jogos de tabuleiro. Adoro quando a cidade fica vazia, tudo fica mais tranquilo. Dá para passear e pegar o pôr do sol, tomando um sorvetinho ou chope”, explicou.
Isabela também diz que é uma ótima oportunidade para passar mais tempo com os amigos, se reunir para conversar e se divertir, sem atrapalhar a programação deles também. “No ultimo final de semana, reuni amigos em casa e fizemos um churrasco de final de tarde que durou até 9h da noite. Suficiente pra que a gente se divirta e tranquilo pra quem resolveu pegar a estrada cedinho no domingo de manhã”.
Já a jornalista Jéssica Oliveira não se sente atraída pelos encantos dos lugares mais visitados no verão em função da desordem. Além disso, ela acredita que um passeio durante as férias de verão mais traz estresse do que felicidade. “É muita bagunça e sujeira nos balneários. Me desestimula. Não que isso me impeça totalmente, mas eu prefiro aproveitar pra organizar os meus projetos pessoais em Belém. Às vezes viajar mais estressa que relaxa”.
Para passar o tempo, Jéssica estuda, assiste a séries de TV, descansa , dedica um pouco do seu tempo para estar com pessoas queridas – e ainda planeja viagens para depois do período de pico nos aeroportos, estradas etc. “Me divirto por aqui mesmo, saindo com os amigos, ficando com a família. E também planejando viagens em tempos que são mais confortáveis pra mim, não tão estressantes quanto esse período de férias escolares”, declarou.
Segundo Jéssica, a diminuição no número de pessoas na cidade poderia causar certa quietude triste, mas para ela significa o som da serenidade – o que fica melhor ainda se for acompanhada dos entes queridos. Aí, não tem tempo ruim: “não bate tristeza, bate uma tranquilidade. O trânsito melhora, os lugares ficam mais vazios. Os problemas da cidade grande ficam menos aparentes, apesar de continuarem existindo. Se tiver família e amigos por perto, fica tudo certo”.
O professor de música Marcellino Moreno também não mede esforços para passar bons momentos fazendo as coisas que mais gosta em seus locais favoritos. Ele não aprecia viajar nas férias porque “é exatamente quando a maioria das pessoas quer, pode ou pensa em fazer isso!”, deixando essa opção inviável.
Com as ruas menos cheias e o trânsito menos movimentado, o professor pensa “quão bom seria se fosse assim o ano inteiro. Sonhar...”. O que ele faz em julho? O mesmo que faz sempre: “gosto de sentar-me à mesa de um bar aprazível e conversar com meus amigos - aqueles que também não saem da cidade em julho. Bate uma tristeza enorme quando vejo que agosto está próximo...”.
Se você também gosta de passar seu tempo livre por aqui mesmo e quer umas boas dicas de programas bacanas em Belém consulte as sugestões que preparamos para você semanalmente no "Monte seu final de semana".