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Pelo Mundo
Toquinho deve ter resolvido gravar a canção “Aquarela” em italiano depois de conhecer a mágica ilha de Burano. Como na música, a pequenina cidade de pescadores e rendeiras, localizada na lagoa de Veneza, na Itália, traz os sentimentos de leveza, paz e felicidade com suas casas multicoloridas.
Um destino pouco comum para os visitantes do país e que vale a pena ser explorado. É o colorido intenso que a diferencia das outras cidades ao seu redor. Reza a lenda que os pescadores de Burano resolveram pintar suas casas com cores vibrantes para que elas fossem facilmente reconhecidas através da névoa, durante o período do inverno, enquanto voltavam para casa.
A sete quilômetros da conhecida e badalada Veneza, Burano é formada por ilhotas que se ligam por pequenas pontes - atravessá-las tomando um gelatto é a melhor forma de apreciar a beleza do lugar. Vale chamar a atenção para não confundir Burano com Murano, também próxima a Veneza, mas que se destaca pela fabricação de peças em vidros.
A maneira mais econômica de chegar à ilha de Burano é pelo transporte público. Partindo de Veneza, é possível embarcar em um vaporetto por €6.5, a viagem é gostosa e dura cerca de 50 minutos.
De longe, é possível avistar o campanário da igreja de San Martino, que se destaca pela inclinação, tal qual a torre de Pisa, na região da Toscana. A igreja, do século XVI, está localizada na agradável Praça Galuppi.
A principal rua de Burano também leva o nome do filho ilustre: o compositor de óperas Baldassare Galuppi. Cheia de restaurantes e lojinhas de artesanato, Burano é conhecida como a “ilha colorida das rendas”. As peças são lindas e as vendedoras usam suas próprias casas como vitrines. Entrar em uma delas é significativamente importante para conhecer o estilo de vida das famílias italianas.
As casas são simples e quase todas iguais: quadradas, dois ou três andares, cortinas externas para cobrir as portas e proteger o lugar durante o verão. Mas o que chama mesmo a atenção são as pinturas das fachadas. A impressão é de que as cores não se repetem nunca. Para pintar as casas é preciso de autorização do governo, que determina quais tons podem ser utilizados.
Tanto rigor recompensa: os turistas ficam encantados com o colorido e chame da ilha. O álbum de recordações da viagem certamente vai parecer uma verdadeira aquarela multicolorida.
Culinária
A cozinha italiana dispensa apresentações, e em uma ilha de pescadores é lógico que peixes e frutos do mar fresquinhos ganham destaque. Se estiver pela cidade na hora do almoço, vale a pena pedir uma mesa na área externa de qualquer restaurante para apreciar o movimento e os canais cheios de barcos.
Por todos esses motivos, estando com viagem marcada a Veneza, Burano é parada obrigatória não apenas por ser logo ao lado, mas por ser um destino imperdível pelos seus tantos pequenos encantos que a fizeram ser considerada uma dentre as dez cidades mais coloridas do mundo.
Origens
Em relação à História, o que se sabe é que os primeiros ocupantes do local foram, provavelmente, os romanos, mas somente no século VI esse pequeno trecho do arquipélago ganhou o nome que lhe identifica até hoje, quando o povo altino, também italiano, se fixou ali.
Mas essa é só uma versão para justificar o nome Burano, há quem diga que a origem é familiar e ligada aos habitantes de Buranello, outro destino tão perto quanto Veneza, a apenas oito quilômetros distante.
Por muito tempo, e apesar do seu rápido desenvolvimento, Burano foi parte do território de Torcello, outro conjunto de ilhotas, mas havia uma clara diferenciação, em um sentido negativo, entre os moradores. E foi justamente o reconhecimento da excelência na produção da renda, isso já no século XVI, que mudou esse cenário, graças à fluida exportação para todo o resto da Europa.