O Brasil pelos olhos da Leal Moreira Na 5ª Casa Cor Pará

A Leal Moreira está presente em dois dos 33 ambientes da Casa Cor 2015.

29/10/2015 17:25 / Por: Carolina Menezes. Imagens: Marcus Mendonça
O Brasil pelos olhos da Leal Moreira Na 5ª Casa Cor Pará

A Leal Moreira, nesta quinta edição da Casa Cor Pará, está presente em dois dos 33 ambientes da mostra durante os 46 dias de evento no 4º piso do Boulevard Shopping. Completamente distintos um do outro, os projetos atendem o público em momentos diferentes da experiência de visitar uma Casa Cor. Em um, a expressão máxima do que propõe o tema nacional da mostra, "O Brasil Visto por Dentro", mas fugindo completamente ao estigma "canarinho" ou "verde-e-amarelo"; e em outro, um meeting point dentro do Hall Interativo, totalmente estilizado com a imagem da construtora, onde é possível conhecer um pouco sobre os empreendimentos da LM, bem como outros produtos - incluindo um arquivo completíssimo de todas as edições da Revista Leal Moreira -, antes ou depois do passeio pelos outros espaços.
 
Brasilidade Latente
Parceiros de Casa Cor Pará já há vários anos, os arquitetos Ana Perlla e José Jr. foram escalados para criar o ambiente “Expressão Brasil”, que fica logo na entrada da Casa Principal, o maior de todos os espaços da mostra. Ou seja, a simples localização do espaço de 128 metros quadrados já é, por si só, um convite irresistível.
 
Falar de Brasil e ser ousado, correr léguas do 'mais do mesmo', eis o desafio da dupla dinâmica. E eles conseguiram isso com louvor. O resultado é nada mais, nada menos que um bar urbano no meio da selva. Estantes em ferro galvanizado, pedras brutas, concreto aparente contrastando com uma gama de cores, verdes cítricos e artefatos cerâmicos da Amazônia. Iluminação intimista com lanternas de murano. Luzes âmbar. Móveis contemporâneos em linho pistache. Fotografias de espécies nativas convivem com reinterpretações de Debret - e aí até a marca da Leal Moreira entra no processo. Um bar, um lounge, um bunker, uma Amazônia contemporânea.
 
 
"A gente focou em mostrar o que de mais importante a gente tem nessa simbologia da expressão brasileira, e concordamos de imediato: o verde. Então trouxemos vários tons. Aí, o que contrasta com o verde? O cinza e o preto, que já remontam à ideia de urbano", analisa José Jr. sobre o ambiente. "Quisemos as paredes descascadas, desconstruídas para dar uma ideia de que o tempo passou e a natureza tomou conta dali; buscamos a nossa própria memória também, com o artesanato indígena focado, só que mais focado na forma. A gente trabalhou muito os detalhes, são paredes combinadas com o sofá, curvas, as nuances na iluminação, onde aí sim aparece sutilmente a mistura do verde com amarelo", lista o arquiteto.
 
Diferente das outras participações da dupla na Casa Cor Pará, a inspiração foi maior que a transpiração na hora de criar o projeto. "Eu te confesso que foi vendo a mostra aberta que eu me dei conta disso mas estava tudo latente, o amor pelo Brasil já está dentro da gente, né, então quando percebemos, as ideias foram saindo. A gente é criado na beira do rio, tem as nossas referências de arqueologia do Museu Goeldi, isso tudo remete muito a uma memória afetiva, e esse espaço traz muito disso", opina José Jr.
 
Para eles, estar na Casa Cor Pará, mais do que uma presença garantida e uma forma de reverberar a marca Ana Perlla et José Jr., é aceitar uma missão de superação cada vez maior a cada ano que passa - até porque o 'inimigo' são eles mesmos. "Ainda estávamos arrumando quando alguém nos comentou que esse era o melhor espaço que já tínhamos feito para a Casa Cor Pará. Mas lembrei que ouvimos o mesmo no ano passado. O desafio é sempre ser melhor do que a gente foi na edição anterior", confessa Jr.
 
 
Sintonia visual
As artes visuais também ganham espaço dentro do “Expressão Brasil”. Parceiro da Leal Moreira na Casa Cor Pará desde a edição de 2014, o VJ Lobo, que também é produtor cultural e músico, assina duas intervenções em forma de video mapping no ambiente. A ideia surgiu de uma forma de ‘brincar’ com a marca da Leal Moreira, e com o apoio de vídeos e imagens de fundo, dar uma ideia de que o símbolo ganha vida dentro daquela proposta.
 
“A gente fez algo parecido na edição passada e o Jr. gostou bastante e me chamou para repetirmos a dose, só que de forma a casar com o que propõe o espaço, que é ser intimista e aconchegante, um ambiente de uma casa. Parti dessa ideia de integrar esses elementos com os empreendimentos da empresa”, explica o VJ sobre seu processo de criação.
 
Nas exibições, que ficam em looping, o que se vê são cenas do dia a dia das obras dos empreendimentos Leal Moreira em uma tela que ganha a marca da empresa como uma espécie de filtro ou moldura.  “Eu queria muito que a marca interagisse com o ambiente, com o público, queria criar a ideia de que aquele símbolo ganhou movimento, ganhou vida”, detalha ele, que trabalha com video mapping há sete anos e já teve o trabalho reconhecido em 2012, quando foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte pelo trabalho de palco do espetáculo musical “Terruá” e acaba de assinar as projeções feitas durante inauguração da Arena Xingu ou “Estádio do Zico”, em Vitória do Xingu, no interior do Estado. “É passar uma ideia de interatividade”, esmiúça. 
Produtor cultural há mais de 20 anos, VJ Lobo garante que trabalhar o vídeo mapping em um espaço de projeção limitado não estabeleceu limites criativos dentro do processo. “A criação é algo constante, e quando a Leal Moreira fez o convite e propôs a ideia de dar movimento à marca, a ‘viagem’ era pegar elementos que dessem essa maleabilidade, então não houve limitação alguma, pelo contrário!”, garante. “Fiquei tão à vontade que me aprofundei na pesquisa quando eu achei que precisava de algo a mais para fechar o trabalho, e parti para uma homenagem ao Círio, já que acabamos de passar por ele, mas escolhi imagens da década de 50 que contrastam com as imagens de hoje e mostram o que mudou de um século para o outro, mostrando a transformação das áreas urbanas em que a própria Leal Moreira atua”, desenha. “Existe uma sintonia muito grande com a organização da Casa Cor Pará nesses trabalhos que faço”.
 
Lobo ressalta que a temática da brasilidade ajudou muito para que se chegasse ao resultado final. “Foi muito legal porque deu para fazer uma pesquisa sem fugir disso, do tropicalismo, mas sem deixar de incluir nossa região. Eu confesso, sou meio bairrista mesmo e gosto de mostrar o que temos e fui para um lado meio lúdico na hora de escolher as imagens. Escolhi bonecos de miriti, a corda do Círio e até mesmo um desenho de um barco parado que, da forma como foi feito, dá a impressão de movimento”, destaca.
 
Firmeza em curvas
As dezenas de peças em cerâmica que permeiam o ambiente “Expressão Brasil” são todos assinados pelo designer ceramista Marcelo Gil Torres. O curioso sobre cada uma delas é que o que lhes chama a atenção é justamente o fato de que elas não chamam a atenção: sem pinturas e mantidas na cor original da matéria prima, o que faz prender o olhar é a sinuosidade de cada curva, a delicadeza de cada silhueta.
 
“De fato, há sete ou oito peças que são diferenciadas no espaço, mas o que eu busco mesmo é colocar o detalhe, o diferencial no formato, na leveza da peça, e isso gera uma diferença tanto física quanto visual”, justifica o criador. “A maioria está acostumado com traço pesado do marajoara, as linhas de sempre, e eu tento sair um pouco disso porque já tem muitos que fazem isso, e fazem bem. Quem conhece o meu trabalho fora já identifica essa característica”, afirma ele, que também atua na área de design de interiores.
 
A parceria de Marcelo esse ano com a Casa Cor Pará se deu pela parceria do Sebrae com a mostra, mas ele já se considera um parceiro Leal Moreira. “A construtora é conhecida pelo trabalho sério e ao entrar no meio do design, da arquitetura, da modernidade, e tudo isso é sinônimo de Casa Cor, ela leva essa seriedade junto – e empresta essa seriedade para quem se alia ao projeto”, avalia.
 
Parada Estratégica
Heluza Sato e Mauricio Toscano, que assinam o projeto geral da Casa Cor Pará 2015, também são os responsáveis pelo Club Leal Moreira, dentro do Hall Interativo, que compõe o mix de espaços onde estão ainda a Casa Principal e a Casa High Tech.
 
Sofás em cores quentes, pufes, todas as edições da Revista Leal Moreira que já circularam para o público, mesas e cadeiras em design super moderno, o ambiente ideal para aquela pausa antes ou depois de mergulhar nos 33 ambientes da mostra, aproveitando conhecer mais sobre o estilo Leal Moreira de viver, e com a ajuda dos corretores que ficarão recebendo os visitantes no local, descobrir que um dos empreendimentos da construtora pode ser o ideal.

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