“Mutação, é a chave para nossa evolução. Ela nos permitiu evoluir de um organismo de uma única célula, até a espécie dominante do planeta. Este processo é lento e normalmente leva milhares e milhares de anos, mas a cada centena de milênios a evolução dá um salto.” X-Men: O Filme (2000)
Nesta última quarta-feira (15), foi lançado no Disney+ o último episódio da temporada de X-Men ’97, sequência direta da série animada que foi um grande sucesso e um marco na cultura pop nos anos 90. A primeira temporada teve 10 episódios ao todo, e cada um foi frenético do início ao fim, mostrando o clássico embate dos mutantes contra os humanos.
Os eventos começam um ano após o fim da quinta temporada da série clássica, onde os X-Men se veem obrigados a seguir sozinhos após a morte do Professor X e tendo que lidar com a rejeição e a intolerância da população. Nos quadrinhos, um dos enredos principais das histórias não somente dos X-Men, mas de todos os mutantes, era a luta contra a intolerância e o preconceito das pessoas vistas como “normais” para com os mutantes. Isso faz uma alusão direta ao mundo real, onde minorias lutam diariamente por representatividade, visibilidade e respeito.
Durante a série clássica, esta luta foi explorada um pouco, mas em X-Men ’97 se tornou um dos, senão o enredo principal da temporada, entregando episódios profundos, densos e impactantes. Exemplo disso é chocante episódio 5, onde ocorre um momento decisivo, impactando o restante da temporada, e posteriormente, a série inteira.
X-Men ’97 mistura nostalgia com atualidade, pegando algo que já era bom e deixando melhor, com desenvolvimento de personagens que antes não possuíam grande importância, mas que agora pudemos ver todo o seu potencial. Isto pode ser visto em personagens como Morpho, que serviu como uma referência ambulante, onde em cada episódio se transformava em um personagem diferente e levava o público à loucura. Outro destaque foi Jubileu, que uniu geração Z e millenials em um só personagem, e ajudou a alavancar Roberto da Costa/Mancha Solar, nosso queridinho mutante brasileiro e que roubou as cenas em diversos momentos ao falar nosso idioma.
Mas o grande destaque da série fica com ele, o mestre do
magnetismo, Magneto, que aqui recebe de Xavier a missão de liderar seus X-Men e
honrar o legado e a vontade de seu velho amigo em tentar conviver em harmonia
com a humanidade. Porém, ao longo da temporada vemos que as ideias deles continuam
entrando em conflito, uma vez que Magneto acha que mutantes e humanos não conseguem
coexistir no mesmo mundo, enquanto Xavier almeja uma coexistência entre as duas
raças.
X-Men ’97 elevou as animações da Marvel em outro nível, com
uma direção extremamente competente, um roteiro impecável e uma animação surreal,
que mistura 2D com 3D e mantém o traço da original, dando aquele gostinho de
nostalgia e de quero mais. A temporada já está disponível completa no Disney+ e
uma segunda temporada já está confirmada.