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Já está em cartaz no Espaço Cultural Banco da Amazônia a mostra “Registro Visual da Belle Époque em Belém” - uma exposição pensada para atrair a atenção da população belenense para a riqueza visual do espaço em que habita, e evidenciar traços do passado em símbolos do seu dia a dia. Esse projeto em torno dos tempos de ouro da capital quer chamar atenção para as bases culturais de Belém, seu crescimento, e como estes símbolos arquitetônicos estão sendo engolidos pela própria cidade - assim como pelas pessoas e pelo tempo.
O idealizador da mostra conta que, em sua primeira vinda a Belém, ficou admirado pela sua arquitetura. Isso se refletiu em suas ilustrações, que fizeram sucesso entre seus amigos. Daí veio a ideia de falar sobre a identidade visual da cidade. “Decidi, com auxílio de alguns amigos, descobrir o que havia por trás de tudo isso. Eu não entendia porque não sabíamos de todas essas coisas em outras regiões do Brasil, e decidi contar a história visual de Belém”.
Mauro destaca que não pretendia só contar a história, mas também “resgatar, em todos os seus detalhes, o período mais rico da cultura paraense, trazendo à tona o repertório simbólico importado das grandes capitais do mundo e introduzido nos casarões que compõem o DNA de Belém. Este projeto acabou ganhando muita importância, pois contar a história destes casarões é contar a história de Belém e justificar a cultura de seu povo”.
A história remonta ao fim do século XIX e início do século XX, quando Belém absorveu o modelo de urbanismo moderno da Europa - sobretudo da França - por meio de construções de boulevards, praças, bosques, calçamento de ruas e política sanitarista. Com a arquitetura baseada na “Art Noveau”, Belém passou a ser a cidade brasileira mais próxima esteticamente da Europa. A europeização não era visualizada apenas na arquitetura, mas no modo de vestir da população e nas manifestações culturais. As pessoas procuravam estar conectadas com os costumes franceses, sendo por meio de viagens ou da importação de produtos. A partir desse contexto histórico e da importância arquitetônica para a cidade, surgiu o interesse na realização da mostra.
A exposição é o resultado da seleção e registro fotográfico de 30 imponentes casarões que tiveram grande relevância na história de Belém, com a retratação dos detalhes de cada um deles, a partir da pesquisa e do estudo dos elementos e dos detalhes que os compõem. O material coletado teve seus elementos organizados e classificados entre formas e gráficos, e obedeceram a um rígido processo: realização da vetorização de formas estruturais para uso em software 3D, modelagem digital dos elementos arquitetônicos, escultura digital dos detalhes e elementos orgânicos, impressão digital dos casarões em três diferentes formas de visualização, com vista frontal, vista lateral e perspectiva, descrição histórica dos casarões e edição de obra literária e website do projeto.
Segundo Mauro, além de uma exposição com ilustrações do Theatro da Paz, do casarão do Senador Virgílio Sampaio (atual IESAM), do casarão do Senador Augusto Montenegro (atual museu da UFPA), e dos mais expressivos mercados da cidade - o mercado de São Brás, e os mercados de carne e peixe do Ver-o-Peso –, quem for à exposição “ganha ainda um livro com imagens de detalhes das esculturas digitais e textos que condensam divinamente a história destes casarões, preparados pela advogada Luana Lima”.
Serviço:
“Registro Visual da Belle Époque em Belém”
Data: Até 2 de maio
Horário: De 9h às 17h – De segunda a sexta.
Espaço Cultural Banco da Amazônia situado no térreo do edifício sede da Instituição (Av. Presidente Vargas, 800, Belém-PA)