Não é de hoje que se fala em uma aposentadoria compulsória do diretor Ridley Scott. Depois dos desastrosos House of Gucci (2021) e Napoleon (2023), um novo filme da saudosa franquia Alien parecia também estar fadado ao fracasso. Felizmente não é o caso de Alien: Romulus, no qual Scott é produtor executivo.
Sob um novo olhar do diretor uruguaio Fede Alvarez (A Morte do Demônio, O Homem Nas Trevas), Romulus é uma verdadeira recauchutada nos clássicos estrelados por Sigourney Weaver. Ridley concede espaço para uma visão mais crua, sanguinolenta e densa de sua própria obra, entretanto, a essência está ali. A nova protagonista Rain Carradine (Cailee Spaeny), por exemplo, lembra muito a clássica heroína Ellen Ripley.
Em Romulus, que se passa entre os eventos de Alien (1979) e Aliens (1986), Rain e um grupo de colonizadores do espaço decidem investigar uma estação espacial abandonada em busca de combustível. É claro que tudo dá errado e eles se deparam com medonhas criaturas, os xenomorfos.
Tudo o que se espera de um bom sci-fi de horror está presente no longa. Não somente é frenético, como também não subestima a inteligência do telespectador, trazendo cenas de ação ousadas e sequências frenéticas de abrir o queixo. Alvarez acerta o tom com elementos nunca vistos antes na história da franquia, mas também celebra o que a consagrou, aliando bizarrices a efeitos práticos, resgatados por uma equipe dos anos 80.
Alvarez sabe o que o público e fãs querem. O diretor, que é conhecido por reviver franquias clássicas como a já citada A Morte do Demônio e Massacre da Serra Elétrica tem seu toque original, principalmente em suas final girls. Por isso, Romulus certamente é o melhor acerto de Alien em anos, com um filme que vai direto ao ponto mostrando o horror alienígena e costurando seu enredo com narrativas anteriores e até mesmo posteriores. Isso permite espertos easter-eggs e outras referências que os fãs irão adorar. Sobra até uma palinha para uma crítica ao capitalismo.
Alien: Romulus cumpre o que promete, trazendo mais de 1h30 de entretenimento, sustos e aliás, um baita gostinho de quero mais. Resta saber o que a criatividade trará ao próximo diretor, ou mesmo continuando a visão que Fede Alvarez trouxe a este universo. Depois deste filme, a franquia dá um ar de esperança para o que virá por aí.
★ ★ ★ ★ ★ (excelente)