Entre tintas e pincéis, um ambiente criativo e muitas obras nas paredes, Emmanuel Nassar está de volta, diferente, porém igual. Os novos ventos que sopram do rio Guamá e entram pelo seu apartamento/estúdio, no bairro do Marco, em Belém, mostram que a criatividade do artista encontrou pouso certo para vivenciar uma fase de muita produção.
Nem Tudo Acaba em Telas e Tintas
Nesses últimos 3 anos, o artista plástico Emmanuel Nassar, tem vivido uma intensa experiência, que o levou a ver o mundo com “outros olhos”. É que no final de 2018, em uma de suas vindas a Belém, o artista descobriu uma perda degenerativa acentuada na retina nos dois olhos. O que ele não imaginava é que esta perda de visão seria irreversível. “Fiquei desesperado”. relata o artista.
O início do tratamento teve ainda novas surpresas. Na segunda aplicação das injeções intraoculares, ele teve uma inflamação muito grande que o deixou sem enxergar durante 4 dias. “Naquele momento eu entrei em desespero porque achei que ficaria cego, rapidamente. Entrei em depressão e cheguei a perder 10 kg” em 2019, revela Emmanuel Nassar que permaneceu nesse ano em São Paulo.
“A pandemia me salvou”
Emmanuel Nassar fala do segundo semestre de 2020, como um renascimento em todos os sentidos, “Estava parado em São Paulo, sem energia criativa, estagnado, não conseguia produzir e hoje tenho certeza que tomei a decisão certa ao voltar a Belém”, conclui Nassar. “Nada mudou na minha forma de trabalhar, ao contrário, eu estou produzindo muito. Parece que as pessoas, durante a pandemia, consumiram mais arte.” surpreende o artista. Em 2021 ele completou 1 ano morando aqui em Belém. “Estou feliz e mais próximo do meu público. Transformei minha sala em espaço para troca de ideias e também tenho feito lives do meu processo criativo.
Um “case” de sucesso
Primeiro nasceu o engenheiro, depois o arquiteto e finalmente o redator publicitário que criou o artista Emmanuel Nassar, hoje também referenciado como um “autêntico artista brasileiro” ou também, como o “Mestre da Gambiarra''.
Foi o jovem publicitário aos 19 anos que criou o conceito do artista e suas famosas iniciais E e N que assinam suas obras desde 1985. Da primeira exposição coletiva na Galeria Angelus do Theatro da Paz, a contemporaneidade das obras de Emmanuel Nassar encontrou público, voz e representatividade. Atualmente, a sua grife se tornou tão desejada que alcançou as paredes dos mais importantes museus brasileiros e das residências de vários colecionadores. “Eu tenho consciência de que o meu conceito é altamente desejável em um determinado mercado de arte no Brasil. Eu tenho consciência de que me tornei uma marca”, pontua Nassar.