É inegável a corrente positiva que tem levado o nome do Pará país afora. Testemunhamos esse momento em todo canto - seja nas telenovelas, na popularidade de cantoras como Liah Soares e Lia Sophia, nas envolventes guitarradas de Felipe Cordeiro e no “treme” de Gaby Amarantos. Dessa vez, quem se encantou com a nossa cultura foram os cariocas do Grêmio Recreativo da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Este ano, a escola de samba leva o enredo inspirado nas tradições e costumes do segundo maior estado do país.
Com meio século de história, oito títulos e uma forte tradição no carnaval do Rio de Janeiro, a Imperatriz carrega nas costas a responsabilidade de levar para avenida o trabalho de quase um ano de trabalho. A pesquisa sobre o tema foi coordenada pelos carnavalescos Kahê Rodrigues, Kaká e Mario Monteiro. A escola também conta com o carisma do intérprete Dominguinhos do Estácio, já é conhecido por essas bandas por ter defendido um enredo em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, em 2004, pela Viradouro – dono de um refrão até hoje lembrado por muita gente.
O samba-enredo – cujo título é “Pará, Muiraquitã do Brasil” – destaca natureza, cultura e gastronomia paraenses. Na letra, é retratada a força do índio e sua importância na história do estado. Também há homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, e destaque para as danças da região – como o carimbó, o siriá e o tecnobrega. Entre as personalidades que confirmaram presença na avenida do samba estão figuras carimbadas da nossa cultura, como a cantora Gaby Amarantos, que inspirou a inclusão do tecnobrega no samba enredo; Fafá de Belém, eterna divulgadora da cultura local; e a atriz Dira Paes, que no momento integra o elenco da novela “Salve Jorge”, da rede Globo.
A escola já adiantou que vai levar cores fortes e vivas em fantasias ricas em adornos, penas e plumas para a avenida – ostentadas por quase três mil brincantes e sete carros alegóricos. É com esse visual que a Imperatriz vai contar a lenda do Muiraquitã - um amuleto esverdeado em forma de sapo, que, na tradição indígena, é símbolo de força e sorte A novidade foi a abertura de 400 vagas exclusivas para os paraenses prestigiarem a homenagem. Nas palavras da escola, a ideia é “dar visibilidade ao Pará, obra-prima da Amazônia, aproveitando o carnaval como vitrine”. A Imperatriz Leopoldinense se apresenta na Sapucaí na noite de segunda-feira (11), entre 01h30 e 02h30.
Confira o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense:
Raiou Cuara!
Oby aos olhos de quem vê!
Eu bato o pé no chão, é minha saudação,
Livre na pureza de viver!
Sopra no caminho das águas
O vento da ambição!
O índio, então...
Não se curvou diante a força da invasão,
Da cobiça fez-se a guerra,
Sangrando as riquezas dessa terra
Cicatrizou, deixou herança,
E o que ficou está em cartaz...
Na passarela, “estado” de amor e paz!
Siriá... Carimbó... Marujada eu dancei
No balanço da morena me apaixonei
O bom tempero pro meu paladar...
De verde e branco “treme” o povo do Pará!
A arte que brota das mãos,
Dom da criação, vem da natureza...
Da juta trançada em meus versos
Se faz poesia de rara beleza!
Oh, Mãe... Senhora, sou teu romeiro,
A ti declamo em oração:
Oh, Mãe... Mesmo se um dia a força me faltar,
A luz que emana desse teu olhar
Vai me abençoar!
No Norte a estrela que vai me guiar,
Exemplo pro mundo: Pará!
O talismã do meu país,
A sorte da Imperatriz!
Autores: Me leva, Gil Branco, Tião Pinheiro, Drummond e Maninho do Ponto
Intérpretes: Dominguinhos do Estácio e Wander Pires
Conheça mais sobre a história: https://www.imperatrizleopoldinense.com.br/