Show especial de Aíla celebra um ano de lançamento do disco "Trelelê"

Além de sucessos do álbum de estreia, cantora apresenta canções inéditas e versões de seus ídolos

23/04/2013 10:42 / Por: Gil Sóter
Show especial de Aíla celebra um ano de lançamento do disco

 

Muitos tons compõem a atmosfera de Aíla. Em múltiplos acordes, o repertório da jovem artista mistura carimbó e rock, mestres e modernos. A sonoridade miscigenada de “Trelelê”, o elogiado disco de estreia de Aíla, há um ano conquista terrenos para além de sua cidade natal, e agora aporta novamente onde tudo começou. A artista sobe aos palcos do Waldemar Henrique, nesta quarta-feira (22), para celebrar um ano de lançamento do álbum. “Foi um ano incrível. Os caminhos estão abertos e as pessoas cada vez mais atentas ao que fazemos aqui no Norte”, comemora Aíla.

Com direção musical de Felipe Cordeiro, o disco alia às sonoridades amazônicas boas doses de música pop. As 11 faixas do álbum revelam o flerte com a lambada, o brega, a guitarrada paraense e o carimbó – pegada que dá o tom suingado ao projeto, que se mostra desprendido de convenções, mesclando aos ritmos tradicionais, efeitos modernos e riffs marcantes. Nessa cena que fervilha sob o sol do Equador, Aíla demarca seu espaço. Partindo do regional, “Trelelê” ganha o mundo. “Tocamos por cidades como Macapá, Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro, dentre tantas outras. O momento é de festa!”, afirma.

Em canções como “Preciso ouvir música sem você”, de Felipe Cordeiro, a salsa se mistura à inconfundível guitarrada paraense. A interpretação da música “Dona Maria”, do “rei do carimbó” Pinduca, é uma grande surpresa do disco, pela delicadeza e desdobramento poética da versão tradicional. Os mestres recebem nova reverência com “Proposta Indecente”, composição com Aíla recebeu de presente de Dona Onete, a dama do carimbó chamegado.

O encontro de duas gerações ganhou a telinha e virou vídeo-clipe, o primeiro da carreira de Aíla. Lançado no último mês de março, o clipe foi dirigido por Carol Matos e Brunno Regis. Em meio a um baile da saudade e passos de bolero, um romance inusitado entre uma dançarina, paga para entreter os solitários, e um de seus clientes. “Esta música é um amuleto para mim, é um presente que Dona Onete me deu. E gravar o clipe da música com a participação dela foi maravilhoso”, declara a artista,

E como não faltam motivos para celebrar, o show desta quarta, com a direção musical de Davi Amorim, reúne Rafael Azevedo (contra-baixo e programações), Bruno Habib (teclado e synths), Adriano Sousa (bateria) e João Paulo Pires (percussão). No repertório, além dos sucessos de “Trelelê”, a inédita "Sabor de Sedução", de Dona Onete, composta especialmente para Aíla; "Quero você", clássica versão de Carlos Santos; e uma versão de lundú-rock'n'roll de Rita Lee, feita especificamente para o show, que traz ainda novas experimentações entre música e imagem, com video-mapping da artista visual Roberta Carvalho.

Mas as surpresas não param por ai. Engrossando o coro nacional contra a homofobia e racismo, Aíla fará do show uma oportunidade para levantar a bandeira da tolerância. “No cartaz do show, usamos a hashtag #oAMORmeREPRESENTA com o intuito de escancarar minhas ideias e posições políticas acerca do que vivemos hoje no Brasil. Nesse show, quero exaltar o amor, e repudiar qualquer ação preconceituosa, homofóbica e racista. E terão algumas boas surpresas nesse sentido”, promete.

Sobre Aíla
Na infância, a época do ano mais esperada por Aíla eram as férias de julho, ocasião em que ela visitava seu avô, Alexandre Magalhães, compositor e multi-instrumentista, na distante Conceição do Araguaia, no Sul do Pará. “Meu avô me alimentava do que eu mais amava, música, com referências que iam desde Tom Jobim à Villa-Lobos”. No restante do ano, a música também se fazia presente na vida de Aíla. Da vitrola da sua mãe, dona Wal, saíam os sons da Jovem Guarda e do Rock Psicodélico da Tropicália (Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa, os Mutantes), além dos bregas/românticos de Odair José, Osvaldo Bezerra e Alípio Martins, que invadiam os seus ouvidos pela Rádio Marajoara FM.

Não demorou para Aíla deixar a condição de ouvinte e buscar o aprendizado musical. Dos 11 aos 13 anos, estudou Musicalização e Teoria Musical na Escola de Música da UFPA, enveredando para o canto popular. Na adolescência, venceu festivais escolares interpretando composições suas. E suas principais referências dessa fase vieram dos ídolos pops da música brasileira, Cazuza, Arnaldo Antunes, Marina Lima, Marisa Monte, entre outros.

Com o sonho de ser diplomata e comunicadora, formou-se em Secretariado Executivo Trilíngue na UEPA. Mas, em meio ao curso, a paixão pela música falou mais alto e Aíla decidiu então se lançar profissionalmente como cantora em 2008. Nesse período passou a conviver com vários artistas na cena musical de Belém, entre os quais Felipe Cordeiro, com o qual participou de diversos festivais, sendo premiada como Melhor Intérprete em dois deles. Dessa parceria surge, em 2012, o Cd Trelêlê (c/ produção musical de Felipe Cordeiro), que passeia por referências que vão do brega ao pop, passando pela guitarrada, carimbó e jovem guarda, num diálogo entre a tradição e o contemporâneo, uma estética que sempre fascinou Aíla.

Trelelê vem tendo excelente repercussão nacional. Aíla já levou seu show a importantes festivais independentes pelo Brasil, como o Quebramar (AP), Conexão Vivo (PA) e Contato (SP). Em 2012, foi escolhida para abrir o Festival Levada Oi Futuro (RJ), que destaca novos talentos da música brasileira. Aíla também tem sido destaque em importantes publicações nacionais, como a Folha de S. Paulo, O Globo e O Dia (RJ), Correio Braziliense, Hoje Em Dia (BH), e A Gazeta (ES), além de ter seu primeiro disco resenhado na revista Billboard Brasil.

Serviço: Show de um ano do disco "Trelelê", de Aíla, quarta-feira, 24 de abril, às 20h, no Teatro Waldemar Henrique (Av. Pres. Vargas, 645 - Campina). Ingressos: R$ 10. À venda nas lojas Ná Figueredo.

 

Foto: Divulgação

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