Dirigível Coletivo de Teatro

Com um sonho nas mãos eles criaram uma forma diferente de fazer arte.

27/09/2013 12:00 / Por: Bruna Valle/ Foto: William Favacho/ Alan Soares/ Adhara Belo
Dirigível Coletivo de Teatro

Eles se uniram pela mesma força criativa de atuar e expressar sua arte. O Dirigível Coletivo de Teatro é formado por um grupo heterogêneo, que se não se divide, mas soma experiências de teatro, literatura, dança, música, vídeo e artes plásticas, em busca de uma linguagem universal: a arte. As diferentes linguagens que se interligam, se transformam em criação teatral, próximo ao chamado "teatro de rua". Sem deixar de lado o regional, eles também retratam temáticas brasileiras e conseguem agradar crianças e adultos.

O coletivo marca o encontro de personagens da vida real com um sonho em comum: fazer teatro de forma democrática para assim poder alcançar todas as camadas sociais. O cenário do encontro do grupo foi o teatro universitário da UFPA.  Segundo Enoque Paulino - graduado no curso de Licenciatura em Teatro - tudo aconteceu no primeiro espetáculo montado por eles: o estopim para a união de 12 pessoas que queriam a mesma coisa. "Montamos o espetáculo 'O pequeno grande aviador e o planeta do invisível', com direção de Ana Marceliano. Nesse processo de criação os afetos foram formados, juntamente com os sonhos, segredos e paixões compartilhados, tudo aconteceu da forma mais tranquila e mágica possível, desde então decidimos que queríamos ficar juntos, sonhar juntos. Foi desse encontro que nasceu o Dirigível", destacou.

O grupo criou a "Casa Dirigível - Espaço Cultural" onde se encontram para ensaios e apresentações, mas, segundo Enoque não é apenas uma sede, é um espaço aberto para a cidade.  Enoque explica que "quem estiver procurando um espaço para ensaios, para apresentação e exposição de seu trabalho é só entrar em contato com algum dos 12 membros do Dirigível. A proposta é lançada para os outros membros; fechamos uma equipe de trabalho para produzir a programação e pronto: a exposição, a sala de trabalho ou temporada de apresentações acontecem no espaço".

Enoque revelou que no coletivo as funções não são determinadas ou fixas, os integrantes são "multi funções" podem migrar de uma para outra função de acordo com suas afinidades ou, até mesmo, interesses - que podem surgir com o tempo. "Dentro do Coletivo já atuei, dirigi, fiz iluminação e produção, não existe a minha função ou a função de outro membro do coletivo - há aquela com a qual eu tenho mais afinidade, mas tenho toda a liberdade de experimentar algo novo e ensinar o que sei dentro das nossas dinâmicas em um processo criativo".


Vittória Braun, atriz e cantora, contou que "todos os 12 decidem, todos  podem dirigir - um dia fazer a iluminação e no outro dia escrever a dramaturgia". Segundo ela,  a diversidade de áreas que são contempladas pelos integrantes - bailarinos, músicos, cenógrafos - abre um leque infinito de possibilidades para eles. Ela ainda explicou que o verdadeiro sonho deles é "de viajar por todos os cantos, de conseguir meios de viver do teatro".

Segundo Enoque, um dos maiores intuitos do grupo também, é ajudar a movimentar a cena de teatro e cultura belenenses e ainda contribuir para que outras pessoas possam vivenciar o teatro e, até mesmo, ter uma chance de aprender sobre a prática do mesmo. "Temos o objetivo, como todos os outros coletivos artísticos de Belém, de movimentar a cena cultural da cidade, de levar arte a quem deseja".

Ele lembrou que a inspiração em outros coletivos, que já existem em Belém há algum tempo, foi parte do processo de criação; ajudou bastante a conhecer o trabalho de fomento cultural deles, até para tê-los como exemplo. "Fazemos parte do Coletivo Pirão, que é a junção de seis outros grupos, além do Dirigível, esses outros grupos são: Cia Madalenas, Desabusados de Teatro, Companhia de Investigação Cênica, In Bust - Teatro com bonecos, produtores criativos e Projeto Vertigem. São grupos que estão há mais tempo em atividade na cidade que o Dirigível, são amigos, parceiros e sempre um espelho a se seguir".

Com doze pessoas no comando, poderia ser um tanto quanto confuso na hora de decidir e tomar decisões, mas é bastante tranquilo. "Somos amigos, antes de qualquer coisa. Claro que as diferenças pesam às vezes, mas nada que uma cerveja ou suco de laranja, no final do dia, não resolvam. Não temos alguém como chefe, corremos disso, todos temos autonomia para propor um novo processo de criação, uma nova programação para a Casa Dirigível. Tudo decidido na base do voto!", explicou Enoque.

Embora o grupo já esteja bem organizado e com um laço de amizade bem forte, eles garantem que somar é sempre bom. Enoque, inclusive, disse que " todas as possibilidades existem, não temos uma política para agregar novos membros, acreditamos que a necessidade e as ocasiões  fazem as possibilidades acontecerem. Parcerias são sempre muito bem vindas".


Ficou interessado em conhecer melhor o grupo e sobre a programação deles? Acesse o site oficial do Coletivo Dirigível de Teatro aqui.

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