Artista plástico, pintor, produtor cultural. Os multitalentos de Johnatan Ryder impressionam, e não é à toa. Em seu trabalho, são exploradas as mais diversas faces da regionalidade, em especial a do Pará, trazendo um quê de reflexão e crítica social. O trabalho de Johnatan pode ser descrito como vanguardista, já que o artista costuma explorar o uso de tecnologias como a de realidade aumentada.
Em sua nova exposição “(Re) Enquadrar)”, Johnatan Ryder convida o público a explorar as fronteiras da realidade, mergulhando na visão única do artista sobre a beleza e complexidade ao redor. “(Re) Enquadrar” é uma parceria com o Banco da Amazônia em seu Espaço Cultural, no qual os visitantes poderão conhecer as obras de Johnatan e interagir com as mesmas, por meio de um aplicativo que traz uma nova perspectiva sobre as obras em realidade virtual.
A LiV conversou com o artista, que contou sobre suas inspirações, trajetória como produtor cultural e mais. Confira a seguir na entrevista e não deixe de também ver a galeria ao fim da matéria.
“(Re) Enquadrar” está sendo a sua segunda exposição individual, no qual você aprofunda suas relações com a pintura, memória e o lugar. Poderia falar sobre suas inspirações neste trabalho?
A inspiração veio do cotidiano, da vida e do meu ciclo atual de vida. Há vivências de regiões, críticas sociais. Faço um balanço de referências e assim, apresento a minha mensagem para o mundo com desenhos que instigam a reflexão, um pouco ao subliminar e o reflexivo das pessoas, ora mexendo com o que a gente presencia todo o dia, ou o diálogo com o afeto, emoção e por aí vai.
Como começou sua jornada artística?
Como quase todo artista, comecei quando criança. Porém, não tive muito incentivo dos meus pais, que queriam que eu estudasse. Acabei me formando em Administração em 2014, e em 2016, voltei a desenhar por hobby fazendo reproduções de desenhos realistas. Alguns anos depois, cansei desse realismo e decidi ter uma identidade, investindo na minha própria arte. Tranquei minha segunda faculdade de História e decidi me dedicar a isso. Quando fiz essa transição de carreira acabou vindo a pandemia, o que acabou acelerando esse processo.
No seu trabalho, você explora muito a luz e sombra. De onde vem isso?
Gosto muito de referências da Idade Média, então as minhas artes têm um pouco da influência do gótico. Como um ex-acadêmico de História [risos], gosto muito dos trabalhos do Da Vinci, Michelangelo, e dos contemporâneos, o Banksy, que é uma das minhas maiores referências em crítica social e minimalismo. Essas referências são as que ressoam na minha identidade visual como artista.
Você também é um produtor cultural. Como foi produzir a exposição “Pinturas em Alvoroço?”
“Pinturas em Alvoroço” foi um projeto contemplado pelo Edital de Fomento à Cultura em 2022, em parceria com o artista vigiense Marcos Pimentel, no qual desenvolvemos a primeira exposição em realidade aumentada no município de Vigia. Contamos, na ocasião, com cerca de 20 obras desse tipo. Eram obras minhas, dele e outras também colaborativas. Foi algo inovador, para o município e para nós que não tínhamos essa interatividade e imersão. O público gostou muito, e inclusive, conseguimos trazer essa exposição para Belém.
Existe um trabalho do qual você se orgulhe mais?
Existem dois. Como arte, “VOE”, que é o desenho da garça que ficou bem famoso, saiu em vários jornais, matérias e chegou ao Palácio do Governador. É como se fosse um filho que está voando longe. E como projeto, eu acredito que vamos nos aperfeiçoando cada vez mais, essa oportunidade que estou tendo aqui no Banco da Amazônia de expor meu trabalho bem no centro da capital paraense, é um trabalho que me enche de orgulho e acredito que vai me trazer muitos frutos.
(Re) Enquadrar
Espaço Cultural do Banco da Amazônia - Av. Pres. Vargas, 800 - Belém
Segunda à sexta, de 09h às 17h. Até 12 de abril.
Entrada franca
Confira a galeria: