A versatilidade de Edyr Proença

Artista concedeu entrevista celebrando sua carreira

19/09/2022 17:45 / Por: Laylton Corpes / Fotos: Leonardo Lima
A versatilidade de Edyr Proença

Jornalista, escritor, dramaturgo e diretor de teatro. As multifacetas de Edyr Augusto Proença são infinitas, e falar de um talento inigualável para a cena cultural paraense e nacional parece até uma árdua missão. Mas quem conhece Edyr se surpreende com o carisma e com a serenidade de alguém que não para de trabalhar, mesmo tendo construído uma sólida carreira.


Atualmente, Edyr compõe o grupo Cuíra do Pará, com quem encenou diversas peças e até uma adaptação de Hamlet, de Shakespeare. O artista, que já concedeu duas entrevistas ao Portal LiV, retorna mais uma vez para uma conversa especial em comemoração ao Dia Nacional do Teatro, 19 de agosto.




Você é um ser multitalentos. Como surgiu a carreira de diretor de teatro?


Especificamente, foi bem depois. Comecei escrevendo aos 16 anos, e eu e meu irmão, o Janjo, tínhamos uma ideia bem maluca. Na época, estava na moda aqueles musicais de ópera rock, Jesus Cristo Superstar. Nós resolvemos fazer um desses por curtição. Meu irmão ia fazendo as músicas, e eu escrevendo o texto, e aí no meio do caminho, ele acabou decidindo por ser pintor e acabei escrevendo o resto sozinho. Algum tempo depois, o diretor Geraldo Sales, do grupo Experiência, se interessou e acabou se tornando minha primeira peça. Aí eu não parei mais. 


O Cacá Carvalho [ator e diretor de teatro] começou a dirigir peças que eu escrevia, e ele fez uma coisa maravilhosa que é muito comum hoje em dia: ele não me deixava ficar assistindo ele montar as peças. Ele inventava alguma coisa para que eu reescrevesse junto com ele. Confesso que no dia em que eu estreei como diretor, no Theatro da Paz, havia um tambor de carimbó que fazia parte da apresentação, e eles deram o blackout e o tambor começou a ressoar. E eu fui tomado por aquilo e disse para mim “é isso que eu quero fazer”, entende? E foi uma das coisas que eu mais fiz na minha vida, porque eu também tinha muito trabalho para dirigir, tinha uma carreira como jornalista, fui professor na Universidade, é muita coisa… Mas eu tinha muito essa vontade, essa alegria, esse prazer em trabalhar.


“O teatro é a arte da humildade, de saber trabalhar coletivamente”


Qual foi a peça mais desafiadora?


Esta é uma pergunta absurda (risos). Eu tive peças que me marcaram muito, uma é “Angelim - O Outro Lado da Cabanagem”, que foi uma montagem gigantesca e que passou três meses no Theatro da Paz, foi espetacular. Depois eu tive a peça “Um Convite de Casamento”, que é uma peça interpretada pela Zê Charone, minha companheira, e o Cláudio Barros. Passamos em cartaz por sete anos. Depois houveram muitas montagens, eu montei e dirigi um espetáculo musical sobre os oitenta anos da Rádio Clube do Pará, e montei também um musical sobre o Barata, que eu compus todas as músicas. Agora o melhor texto que já escrevi é uma peça chamada “Abraço”, que nós montamos com o Cláudio Barradas, nosso grande ator, e com a Zê Charone novamente. Esses são os grandes espetáculos que posso dizer, mas também posso dizer que o melhor espetáculo é sempre o último e o próximo a ser encenado (risos).


Em um determinado momento, Edyr para e exibe suas novas obras literárias. Uma delas é uma homenagem ao autor, "O Teatro de Edyr Augusto", que contém trinta e cinco textos teatrais, alguns deles inéditos. A outra se chama “Eu Já Morri”, lançado em 26 de agosto. O livro retrata o olhar do autor sobre personagens singulares da rotina belenense, em dezessete histórias. O futuro, para Edyr, é ilimitado e o próximo espetáculo é sempre uma surpresa, com o talento e o tom que sempre o consagraram.


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